A Axians é a parceira tecnológica do projeto “Reservas da Biosfera: Territórios Sustentáveis, Comunidades Resilientes” na criação de uma plataforma digital pioneira que, além de apoiar a visibilidade destes territórios de alto valor, agrega informação essencial à sua gestão sustentável.

Nunca como hoje se falou tanto de responsabilidade ambiental, do imperativo de proteger a biodiversidade, da necessidade de ações concretas para combater as alterações climáticas e da urgência em promover um modelo de desenvolvimento sustentável. Em Portugal, como no mundo, multiplicam-se as iniciativas que pretendem dar resposta aos desafios atuais que vivemos – muitas delas alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos na Agenda 2030 das Nações Unidas.

Contudo, nem sempre estas iniciativas chegam ao grande público e, frequentemente, acabam por ter um alcance limitado junto dos decisores e gestores que podem fazer a diferença. Foi precisamente para contornar estes constrangimentos e limitações que foi criada a plataforma digital e pioneira “Reservas da Biosfera – Territórios Sustentáveis, Comunidades Resilientes”.

Em que consiste o projeto “Reservas da Biosfera – Territórios Sustentáveis, Comunidades Resilientes”?

Reconhecidas pela UNESCO, as Reservas da Biosfera são “territórios que se diferenciam pela singularidade e conservação do seu património natural em coexistência com o bem-estar e a valorização do património cultural, associado às comunidades residentes”.

Distinguindo-se pelo seu valor ecológico, cultural e socioeconómico, as reservas são um modelo no que se refere às estratégias de proteção, gestão e utilização dos recursos naturais.

No total, existem 748 reservas da biosfera espalhadas por 134 países, que impactam a vida de mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo. Portugal conta com 12 reservas da biosfera, algumas das quais ultrapassam fronteiras, que ocupam 12% do território nacional e abrangem perto de 284 mil habitantes. São elas:

  • Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo
  • Reserva da Biosfera da Ilha do Corvo
  • Reserva da Biosfera da Ilha da Graciosa
  • Reserva da Biosfera da Ilha das Flores
  • Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês/Xurés
  • Reserva da Biosfera das Berlengas
  • Reserva da Biosfera de Santana
  • Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica
  • Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge
  • Reserva Transfronteiriça do Tejo/Tajo
  • Reserva da Biosfera de Castro Verde
  • Reserva da Biosfera de Porto Santo

Helena Freitas, coordenadora da cátedra da UNESCO para a Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, professora na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e responsável científica do projeto, explica a importância que estas reservas têm no contexto atual em que vivemos: “É necessário alinhar o modelo de desenvolvimento económico com o respeito pela natureza e pelos ecossistemas em geral. Porque sem os serviços dos ecossistemas não conseguimos garantir o futuro. São esses serviços que dão suporte à vida”, sublinha.

Nesse sentido, torna-se fundamental amplificar e promover o trabalho que é desenvolvido nestas reservas para que o modelo de desenvolvimento aplicado possa ser partilhado e replicado noutros territórios e em novas geografias. Esta é, na verdade, uma das ambições subjacentes à criação do projeto.

Maria Fernanda Rollo, coordenadora do projeto e professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, explica, em traços gerais, em que consiste esta iniciativa: “O objetivo é valorizar as 12 reservas da biosfera, caracterizá-las nas suas componentes essenciais – nomeadamente no seu património natural e património cultural – explicar a importância destes territórios e salientar a sua dimensão mais importante, que resulta do facto destas reservas conciliarem a convivência entre a natureza e as pessoas”.

Mas como materializar todas estas ambições? A resposta encontrada pela equipa responsável do projeto foi o desenvolvimento de uma plataforma digital inovadora –  reservasdabiosfera.pt. Trata-se de uma ferramenta que funciona como um site para cada uma das 12 reservas, mas que, ao mesmo tempo, cria uma linguagem e dinâmica comum, com ligação à rede global de reservas da biosfera.

Do sonho à concretização: os desafios da implementação da plataforma digital

A plataforma digital reservasdabiosfera.pt é muito mais do que um simples portal de apresentação das reservas da biosfera portuguesas. Na verdade, esta ferramenta foi desenhada para entregar aos diferentes stakeholders – desde líderes políticos, empresas, comunidade científica e visitantes – um conjunto ambicioso de dados, alimentado por múltiplas fontes de informação, sobre estes territórios e, assim, facilitar as tomadas de decisão colaborativas.

Desse modo, além de funcionar como um instrumento de comunicação, a plataforma é também uma ferramenta de apoio aos gestores e promotores das reservas da biosfera e uma ponte de interação entre os diferentes atores.

Em resumo, a plataforma veio permitir:

  • valorizar e destacar as 12 reservas da biosfera portuguesas;
  • centralizar os dados sobre cada um destes ecossistemas;
  • agilizar a gestão e a partilha de informação pelas equipas responsáveis pela gestão de cada uma das reservas.

Mas para que tudo isto se tornasse possível, foi necessário integrar diferentes tecnologias, com diferentes propostas de valor, numa solução. É precisamente nesta dimensão que entra a Axians.

A Axians foi a parceira tecnológica escolhida para desenvolver esta plataforma digital. Maria Fernanda Rollo, coordenadora do projeto, explica as razões que estiveram na base desta seleção: “Fizemos várias pesquisas para encontrarmos um parceiro tecnológico que fosse simultaneamente robusto do ponto de vista tecnológico, interessante como figura empresarial e tivesse algumas características internacionais. E, muito importante, que aderisse à nossa missão. Foi por isso que escolhemos a Axians: percebemos que a empresa se juntaria a nós não como mera executora, mas como um parceiro numa missão bastante mais complexa e ambiciosa em termos de responsabilidade social e ambiental”.

Sónia Frazão, Business Manager na Axians Portugal, confirma que este não é um projeto típico e explica os diversos desafios que o seu desenvolvimento representou. O primeiro foi, desde logo, a articulação e orquestração das necessidades dos diversos intervenientes. Recorde-se que este é um projeto multidisciplinar que envolve duas universidades, 12 reservas da biosfera e outras entidades, como o Comité MAB (Man and the Biosphere Programme) e até a própria UNESCO.

“O projeto não tinha requisitos tecnológicos definidos. Aquilo que existia era um sonho. Tivemos de entendê-lo, mapeá-lo, tangibilizá-lo e validá-lo”, explica Sónia Frazão. No que diz respeito à implementação, os principais desafios surgiram da necessidade de integração de um conjunto de diferentes tecnologias numa única plataforma. A arquitetura técnica desta infraestrutura digital foi baseada na Microsoft Azure Cloud Platform. O Portal, multilingue e multiwebsite, permite a gestão partilhada de conteúdos, mas também independente por cada uma das reservas. Por seu lado, os dados são armazenados em ArcGIS Online e disponibilizados em Dashboards e mapas interativos e georreferenciados.

Este projeto enquadra-se na estratégia de desenvolvimento de uma área de Desenho de Serviços Digitais, focada na definição estratégica, desenho e construção de plataformas de relacionamento, que melhorem a relação das empresas com os seus clientes, e aumentem o engagement e a produtividade dos colaboradores. Esta é cada vez mais uma prioridade para as empresas nacionais, que estão a percorrer um caminho de transformação dos seus negócios.

 

O resultado foi a criação de uma plataforma digital robusta, confiável e escalável, que pretende construir um futuro mais solidário e sustentável, ligando o mundo, as comunidades e as pessoas, numa relação de respeito e cumplicidade.

De Portugal para o mundo: Os próximos passos do projeto

Lançada no segundo semestre de 2023 a plataforma digital Reservas da Biosfera encontra-se numa fase inicial de exploração do seu potencial. “A curto prazo estamos a prever fazer alguns desenvolvimentos que vão melhorar ainda mais esta plataforma, para gestores e visitantes. Tendo em conta as características pioneiras e inovadoras do modelo desenvolvido, o projeto Reservas da Biosfera – Territórios Sustentáveis, Comunidades Resilientes, pode galgar fronteiras e ser um exemplo para outros países. Em Espanha, mesmo aqui ao lado, temos 52 reservas da biosfera. São 748 reservas: há um mundo de coisas para fazer”, conclui a Business Manager na Axians Portugal.